Policiais federais e advogados são acusados de vender facilidades a presos da Lava Jato
A Justiça Federal do Rio de Janeiro aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra os investigados da Operação Tergiversação, que apura um esquema de corrupção dentro da Polícia Federal (PF). Com a decisão, dez pessoas agora respondem como rés no processo.
A informação foi publicada inicialmente na coluna “Radar”, da revista Veja, na última sexta-feira (29), e confirmada pelo g1 nesta quinta-feira (4).
Os denunciados são:
Victor Duque Estrada Zeitune
Paulo Roberto Rodrigues Coelho
Marcelo Guimarães
Everton da Costa Ribeiro
João Maurício Gomes da Silva
Lorenzo Martins Pompilio da Hora
Sancler Miranda Costa
Marcos Aurélio Ferreira de Lima
João Alberto Magalhães Cordeiro Junior
Diego Lima Fitaroni
A Operação Tergiversação foi deflagrada em duas fases e teve como alvo policiais federais e advogados acusados de comercializar benefícios ilegais para empresários presos durante as investigações da força-tarefa da Lava Jato.
Na primeira fase, realizada em junho de 2019, foram presos um delegado federal da ativa, um escrivão e um advogado. O grupo teria favorecido investigados por fraudes no Postalis — fundo de pensão dos funcionários dos Correios, um dos maiores do país. Segundo a Polícia Federal, os pagamentos feitos ao trio chegaram a R$ 1,5 milhão.
Já na segunda etapa, em outubro de 2020, a investigação alcançou outro delegado federal e empresários suspeitos de pagar propina para obter proteção e privilégios em procedimentos conduzidos pela PF.
A denúncia aceita pela Justiça aponta que os envolvidos se valeram de seus cargos e conhecimentos jurídicos para interferir indevidamente em processos e beneficiar alvos da Lava Jato em troca de vantagens financeiras.