O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) adiou para 2025 o julgamento dos quatro policiais militares acusados pela morte da engenheira Patrícia Amieiro, cujo desaparecimento ocorreu em junho de 2008, após seu carro ser atingido por tiros de policiais.
O júri popular, que estava marcado para o próximo dia 20 de junho, foi remarcado para o dia 11 de fevereiro de 2025, a pedido da defesa dos policiais. A decisão foi tomada pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, responsável pelo caso, na semana em que o crime completa 16 anos.
Os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento responderão por tentativa de homicídio, enquanto Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira serão julgados por fraude processual.
A família de Patrícia Amieiro criticou o adiamento, alegando que a defesa dos acusados utiliza “manobras jurídicas” para evitar o julgamento. Eles esperam que novas tentativas de adiamento não ocorram e confiam na justiça e no Ministério Público.
Patrícia Amieiro desapareceu no dia 14 de junho de 2008, aos 24 anos, após seu carro ser atingido por tiros enquanto voltava de uma festa na Zona Sul do Rio. Segundo as investigações, ela perdeu o controle do veículo e colidiu em dois postes e uma mureta. O carro foi encontrado na beira do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, com o vidro traseiro quebrado e o porta-malas aberto. O corpo de Patrícia nunca foi encontrado.
No primeiro julgamento, em dezembro de 2019, os policiais Marcos e William foram condenados a três anos de prisão por fraude processual, enquanto Fábio e Marcos Oliveira foram absolvidos. Os condenados puderam recorrer em liberdade, e em relação à tentativa de homicídio, foram absolvidos.
Uma nova testemunha se apresentou em setembro de 2020, um taxista que alegou ter visto Patrícia sendo retirada do carro ainda viva pelos policiais. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o depoimento, que foi incorporado ao processo, apesar das tentativas da defesa de desconsiderá-lo.
A família de Patrícia espera que o julgamento finalmente ocorra em 2025, buscando justiça após anos de sofrimento e humilhação.